Em um cenário empresarial cada vez mais competitivo, entender as nuances entre diferentes métodos de custeio é fundamental para guiar decisões e maximizar resultados.
No custeio por absorção, todos os custos de fabricação – sejam fixos ou variáveis, diretos ou indiretos – são apropriados ao estoque e reconhecidos no Custo dos Produtos Vendidos apenas no momento da venda. Despesas como administrativas e comerciais ficam fora desse cálculo, sendo contabilizadas diretamente no resultado do período.
Já o custeio variável considera apenas custos variáveis de produção na formação do custo do produto. Os custos fixos são tratados como despesa do período, o que facilita a identificação da margem de contribuição e sustenta análises gerenciais de curto prazo.
Suponha uma fábrica de chocolate que produz e vende 10.000 trufas no mês. Os custos variáveis com matéria-prima somam R$ 9.000, enquanto os custos fixos de produção totalizam R$ 18.500. As despesas administrativas e comerciais chegam a R$ 5.000 mensais.
No custeio por absorção, cada trufa incorpora parte dos custos fixos: R$ 18.500 ÷ 10.000 = R$ 1,85 por unidade. Somando-se aos R$ 0,90 de matéria-prima, o custo unitário fica em R$ 2,75.
No custeio variável, o Custo dos Produtos Vendidos considera apenas os R$ 0,90 por unidade, e os R$ 18.500 de custos fixos são lançados como despesa do período. A margem de contribuição passa a ser calculada como receita menos custo variável.
As principais diferenças entre os dois métodos podem ser resumidas na tabela abaixo:
Para a gestão de estoques, o custeio por absorção pode “mascarar” lucros em períodos de alta produção e baixa venda, pois custos fixos ficam capitalizados no estoque. Já o custeio variável mostra o impacto real de cada venda na cobertura desses custos.
Em decisões de análise de preços e rentabilidade, a margem de contribuição é essencial para definir descontos ou promoções sem comprometer o resultado operacional. No planejamento, simulações de cenários e projeções de fluxo de caixa dependem da clareza proporcionada pelo custeio variável.
Todavia, relatórios contábeis e fiscais exigem o custeio por absorção. Empresas que buscam credibilidade externa e conformidade legal não podem abrir mão desse método.
Se o foco é análise gerencial ágil, simulações de curto prazo e decisões táticas, o custeio variável é o mais indicado. Ele oferece clareza sobre quanto cada venda contribui para cobrir custos fixos e gerar lucro.
Para cumprimento de normas contábeis, elaboração de demonstrações financeiras e valorização de estoques, o custeio por absorção é obrigatório. Muitas empresas adotam ambos de forma complementar, usando o variável internamente e o por absorção para relatórios externos.
Ao compreender as diferenças e aplicações de cada método, gestores podem extrair o melhor de ambos, equilibrando análise interna e conformidade externa para uma estratégia financeira sólida.
Referências