Em um cenário econômico desafiador, entender os vilões que corroem sua rentabilidade é o primeiro passo rumo à sobrevivência e ao crescimento.
Neste artigo, analisamos as principais barreiras financeiras enfrentadas pelas empresas no Brasil e apresentamos caminhos para minimizar seus efeitos.
O termo Custo Brasil retira R$ 1,5 trilhão por ano do mercado, segundo estudos oficiais. Esse conjunto de obstáculos inclui desde a elevada carga tributária até a infraestrutura precária, passando por uma burocracia sufocante e custos trabalhistas elevados.
Para 70% dos industriais, a tributação é o maior problema; 62% apontam a dificuldade em contratar mão de obra qualificada e 27% citam o acesso a financiamentos como entrave significativo. Essas barreiras afetam não apenas os custos, mas também o preço final ao consumidor.
O Brasil figura entre os países com maior incidência de tributos sobre o lucro empresarial: 62,2%, contra uma média da OCDE de 23,6% em 2021. A combinação de IRPJ e CSLL pode atingir até 34% sobre o lucro das grandes empresas.
Enquanto isso, instituições financeiras podem sofrer alíquotas de 15% na CSLL, contribuindo para encarecer ainda mais o crédito e reduzir a competitividade.
Para abrir uma empresa no Brasil, é preciso cumprir cerca de 11 procedimentos legais e aguardar até 60 dias. Essa morosidade afasta potenciais empreendedores e aumenta custos indiretos, como honorários de contadores e advogados.
O excesso de formulários, protocolos e exigências específicas em âmbitos federal, estadual e municipal torna o processo de formalização lento e oneroso.
Além do salário, empresas arcam com 13º salário, FGTS, INSS e diversos encargos indiretos. Em caso de disputas judiciais, as despesas com advogados e possíveis indenizações podem comprometer seriamente o fluxo de caixa.
O resultado é uma folha de pagamento até 60% mais cara quando todos os encargos e benefícios são considerados, pressionando quem busca competitividade no mercado.
A malha viária precária, somada a portos sobrecarregados e rede ferroviária limitada, gera atrasos constantes e aumenta o custo do transporte. Infraestrutura deficiente eleva custos logísticos, reduz produtividade e mina margens de lucro.
Empresas que dependem de exportação sentem o efeito no aumento do frete e nas perdas por avarias, impactando diretamente o preço final.
A inflação corrói o poder de compra e pressiona os custos de insumos, energia e frete. Quando as empresas não conseguem repassar integralmente esses aumentos aos clientes, as margens de lucro se estreitam.
Além disso, a retração do consumo em períodos de alta inflação pode reduzir o volume de vendas, agravando o cenário de incerteza.
Com taxas de juros reais acima de 15% ao ano, o acesso ao crédito torna-se um luxo. Operações de capital de giro podem ultrapassar 300% ao ano em juros nominais, inviabilizando projetos de expansão e inovação.
Empresas ficam reféns de linhas de financiamento caras e muitas vezes insuficientes, comprometendo investimentos em tecnologia e aumento de capacidade produtiva.
O somatório desses fatores resulta em:
Apesar dos desafios, existem caminhos para reduzir o impacto de custos e taxas na sua empresa.
Implementar controles financeiros rigorosos, buscar regimes tributários simplificados e investir em tecnologia para automação de processos podem gerar economia significativa.
Além disso, a negociação de contratos logísticos, a adoção de práticas de compliance e o estudo de alternativas de crédito em cooperativas ou fintechs podem aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa.
Por fim, estimular uma cultura interna de inovação e eficiência operacional ajuda a driblar entraves e manter as margens de lucro saudáveis, mesmo em um ambiente econômico adverso.
Referências